Quantas chances se pode ter de retornar a vida?

EÓRIA é um blog criado para divulgar a trilogia de mesmo nome, cujo o livro um da série, “O retorno da guerreira”, conta a história de uma sociedade de vampiros que foi obrigada a se refugiar no subsolo para sobreviver a partir da rivalidade desencadeada entre vampiros e lobisomens...

domingo, 2 de dezembro de 2012

CAP 5 O TERRÍVEL PESADELO


Capítulo 5
                                                             O terrível pesadelo

        - Vá chamá-la, e diga-lhe que não aceitarei recusas para o jantar. Diga-lhe também que não se trata apenas de jantar, mas de uma conversa que precisamos ter.
        Leonor falou tão mecanicamente, como se estivesse maquinando algo, e sem levantar a cabeça, dispensou a criada com uma das mãos.
        - Vá, vá, vá...
        Quando Clarice bateu em minha porta novamente o relógio marcava 08:00 PM, quis dar uma desculpa qualquer, ainda não queria ver ninguém. Porém, ela foi tão insistente com o recado de sua senhora que eu resolvi descer para o “jantar”.
        Como previ, Leonor estava sentada na cabeceira da mesa de jantar, não tocou em sua comida até que eu sentasse e me servisse, no mais absoluto silêncio como sempre.
        Foi então, que ela começou assim...
        - Como está o jantar?
        - ótimo!
        Embora ela tenha percebido que eu brincava com a comida distraidamente.
        - Espero que esteja do seu agrado, mandei fazer especialmente para você, imaginei que a falta de apetite lhe sobreviesse depois da infortuna notícia.
 “Por que ela estava tão preocupada comigo?”
        - Você adivinhou.
        Respondi secamente.
        - Minha criança, você precisa se alimentar. Afinal de contas você é nossa pequena guerreira.
 “O quê? Que merda é essa que eu acabei de ouvir?”
        Meu apetite fugiu de vez ao som daquela afirmação. Meu primeiro impulso era de sair dali para o mais longe possível daquela mesa. Mas eu não fiz.
        - O que quer dizer com isso Leonor?
        - Vou direto ao assunto, pois acho que conhecendo o Bill Grant como eu conhecia, tenho certeza que o que vou dizer faz total e absoluto sentido.
        E Continuou:
        -Elizabeth, o seu avô se arrependeu do primeiro testamento, nós nos desentendemos por um período, porém acho que ele se arrependeu de ter sido tão duro e resolveu dar uma segunda chance criando esse testamento definitivo.
        - O que quer dizer?
        Eu não estava conseguindo entender o que ela dizia, eu achei que assim como eu, ela estaria desesperada, pois, caso eu não me casasse o testamento era bem claro, todos estaríamos na sarjeta. Então, me lembrei do seu olhar de triunfo e do seu meio sorriso na sala do escritório pela manhã.
        - É simples. Seu avô se aborreceu comigo e quis se vingar de mim, mas conhecendo ele como eu conheço, deve ter se arrependido de não ter nos incluído, em seu testamento, o Anthony e eu obviamente , portanto, criou este testamento definitivo, para garantir que nós tivéssemos uma segunda chance minha querida! Pense comigo, o seu avô jamais admitiria ver o suor do seu trabalho, nas mãos do Estado, ou de um desconhecido. E quem é o homem de confiança hoje a frente dos nossos negócios? Por outro lado, ele saberia que eu jamais permitiria deixar você solta, sem segurança se algo acontecesse com ele. Então, me conhecendo como ele conhecia saberia que certamente eu assumiria a sua educação e a manteria como sempre foi; sobre os nossos olhos. O que é um inconveniente, pois, não permitiria a você conhecer outras pessoas. Levando-me a concluir que seis meses é muito pouco tempo para se conhecer alguém e casar-se. Posso afirmar, com certeza, que a intenção da minha raposa velha, era que tudo ficasse em família, dando a você apenas uma opção: Anthony.
        Isso tudo era tão absurdo que eu nem consegui piscar.
“Casar com o Anthony? Nãnãnão! Ele não faria isso comigo, não me armaria um golpe desses, então além de casar, ele próprio se certificou de com quem seria? E logo o Anthony?”
        - Você está falando do velho Bill, alguém que eu conheci alguém da minha inteira confiança, ele não tiraria minha liberdade assim, ele não me deixaria sem alternativa.
        -Não seja tola Elizabeth, o Anthony não é um fardo para nenhuma mulher com um perfeito juízo em sua cabeça. Aliás, você está sendo egoísta mocinha, pois, ele também não tem opção diante das circunstâncias e talvez ele esteja perdendo bem mais com esse testamento do que você.
        Essa foi boa, Anthony, o sonho de toda mulher com juízo perfeito. Eu estava cansada demais para pensar em mais alguma coisa, apenas levantei e saí. Prometendo a mim mesma que por hoje, não pensaria em mais nada que dissesse respeito a esse assunto, apenas recuar para lutar amanhã, no momento era tudo o que eu podia fazer.
        Entrei no quarto passavam das 09:00 PM, precisava descansar, liguei a TV em frente a cama e deitei, meus olhos estavam tão pesados que não consegui me conter diante da exaustão e me entreguei ao sono.
        A lua estava linda, cheia e clareava parte de uma floresta. Eu sentia todas as sensações de voar. Frio, um pouco de medo de altura, adrenalina, o cheiro da floresta. Podia ver tudo de cima, percorrer distâncias imensas rapidamente. Adiante entre as árvores, vi uma mulher deitada no chão, na terra, imóvel. Será que estava dormindo? Num impulso cheguei mais perto e quando me aproximei, pude perceber que ela estava toda de branco, não dava para ver direito, mas eu acho que...
“Ó meu Deus! Ó meu...”
        -Não quero ver isso.
        Vi manchas vermelhas e minha visão embaraçou, não podia acreditar no que via, mas acho que ela estava ferida, estava m-o-r-t-a...?!
        -Ó não, não...volte, preciso ajudá-la!
        Eu não conseguia segurar o meu sonho, ele estava me puxando para fora da visão.
“Não acorde, não acorde, não acorde... NÃO ACORDEEEEEEEEEEEEE!!!”