Quantas chances se pode ter de retornar a vida?

EÓRIA é um blog criado para divulgar a trilogia de mesmo nome, cujo o livro um da série, “O retorno da guerreira”, conta a história de uma sociedade de vampiros que foi obrigada a se refugiar no subsolo para sobreviver a partir da rivalidade desencadeada entre vampiros e lobisomens...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Capítulo 7 O casamento



                                         Capítulo 7
                                                       O casamento

        Foi tudo perfeito, a cerimônia, a festa, a alegria. Apesar de não conhecer nem a metade das pessoas que estavam lá. Eu estava feliz e tudo isso era por causa dele, Anthony. O Bill estava certo, como eu pude duvidar dele.
        Sentada no jardim, com os pés ardendo de tanto dançar, tirei os sapatos e pisei na grama. Foi quando ouvi um choro descontrolado intercalado por soluços e corri pra ver quem era.
        -Drew?
        -Liz? O que está fazendo aqui?
        -Porque está chorando Drew?
        -Não é da sua conta, volte para sua festa... Só não diz que eu não avisei.
        -Avisou o quê?
        -Ele vai se aproveitar de você, sua boba. O Anthony é como a mãe dele, você parece estar cega.
        -E você está com inveja da minha felicidade, agora que eu finalmente estou feliz você vem me jogar um balde de água fria. Logo você...
        -Logo eu o que ELIZABETH?
        -Nada. Vou voltar pra minha festa, o meu esposo está me esperando.
        -Vai, volta pra sua festa, pra um bando de gente que você nem conhece, pra seu noivo bundão e a madrasta-sogra megera.
        -Você é RIDÍCULO ANDREW, o Tony tem razão quando diz que você é um criança...
        -O queeee? Pois eu também vou dizer o que acho desse... Lizzzz, volte aqui. Aaarrrrrrsss, merda!
        Foi a última vez que falei com o Drew depois daquela noite.
        Saindo dali, passei pelo jardim e antes de chegar a tenda da festa uma sensação estranha ao meu redor, senti como se alguém me observasse.
        -Que estranho!
        O Anthony vinha em minha direção e me pegando no colo anunciou ali mesmo que estávamos partindo para nossa noite de núpcias. Ele me pôs no chão e segurou a minha mão até entrarmos na Limusine que nos levaria para o hotel.
        Tudo estava programado, depois das núpcias, no dia seguinte pegaríamos um vôo sem escalas para Paris, a Cidade Luz.
        No caminho do hotel, a Limusine parou bruscamente na estrada, eu me assustei, mas o Anthony me acalmou, dizendo não ser nada, me beijou e se consertou no banco.
        Contudo, num minuto o motorista abriu a porta ao meu lado, a impressão que eu tive ao olhar para ele foi a pior, ele era enorme, forte e desajeitado no uniforme de motorista, traços pesados, cara mal humorada, os seus olhos pareciam com... pareciam com os olhos do meu pesadelo...
“Não pode ser...”
         Bradando para mim, ele ordenou:
        -Desce do carro.
        -O que está acontecendo? Anthony?
        Anthony sorriu, me olhou e disse:
        -Ah querida quase me esqueci, feliz aniversário!
        -Falei pra DESCER DO CARRO.
        O homem esbravejou me puxou para fora e me carregou pra dentro da floresta a puxões, o medo tomou conta de mim, eu não conseguia ver onde estava o Anthony. Meu Deus o que estava acontecendo? Eu só conseguia gritar, gritava sem parar.
        -NÃÃÃÃOOOOO!!! o que está acontecendo!? ME SOLTAAAA!!! Por favor, me solta!!! Lágrimas desciam do meu rosto.
        O homem era muito mais forte que eu, muito mais forte que qualquer um que eu já conheci. A cada puxão que ele me dava eu tinha a impressão que o meu braço seria arrancado. Eu não via o rosto dele direito, só que ele tinha uma cicatriz próxima ao pescoço.
        -SOCOOOOORROOOOO!!! ALGUÉM ME AJUDEEE!!! Por favor! Não me machuque! Por favor! Por favor! SOOOOCORROOOOO!!!
        Eu tentava me soltar, mas não conseguia. E nem sinal do Anthony. Estávamos embrenhados na floresta agora, não dava para ver a estrada e estava tudo muito escuro a não ser pela lua cheia no céu que clareava alguns trechos.
        -O QUE VAI FAZER? SEU DESGRAÇADO!!! ME SOOOOOLTAAAA!!!
        Então ele parou e disse:
        -Ajoelha.
        -Nãoooo! Por favoooor! Não!
        O choro era quase convulsivo agora.
        Ele me esbofeteou no rosto e me lançou no chão com tanta violência que quando eu caí, bati a cabeça com força em uma pedra próxima e no mesmo instante fiquei tonta, passei a mão pela cabeça e senti molhado e quente. Eu já não estava raciocinando direito com a pancada. Quando ouvi ele dizer:
        -Esses são os votos do noivo, para a noiva.
        Ele gargalhou terrivelmente e disparou dois tiros em mim. A dor foi lacerante, meu peito queimava.
        A última coisa que me lembro daquele momento antes de cerrar os meus olhos foi a Lua cheia sobre mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário